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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Risco-Rabisco

Dia 13/11 estive na palestra Identidade da Moda Brasileira, dada pelo estilista Ronaldo Fraga, promovida pelo SEBRAE/RS núcleo Moda, aqui em Porto Alegre.
Fraga, anos atrás quando o vi pela primeira vez, me chamou atenção por seu bigode de Dali e moicano, esses:

 


Uma foto no dia da palestra:


Como se vê, foram-se as pontinhas do bigode mas ficou o talento. Sempre muito bom acompanhar seus trabalhos e ouví-lo. Conhecendo seu discurso e produções, identifico um profissional com uma pegada muito particular de visão do seu meio, de abrangência de mercado, de projeção de produto, de dinâmica dos ambientes micro e macro, e, claro absurdamente criativo. 
Ronaldo mergulha e se abastece da cultura brasileira: o samba, o sertão, o cordel, as pessoas, a poesia, a crônica. Noel Rosa (a quem ele entitula "o cronista do Brasil", Drumond (o poema José foi inspiração de uma de suas coleções), Lupicínio Rodrigues (coleção Quantas noites não durmo..., inverno/04) são alguns dos nomes presentes no conteúdo por ele gerado.
Mas não só de Brasil se faz esse artista, a China já foi tema de umas de suas coleções, pra citar só um exemplo disso. Ele sim carrega intrisicamente uma percepção da moda universal vista pelas lentes de um brasileiro, produzida por brasileiros e no País.
De fato tudo isso se confirmou mais uma vez nesse encontro ao vivo do qual participei. Aí vão alguns pontos-chave em sua fala:
- Fundamental que a marca tenha sua identidade visando despertar o desejo de quem vai usar a roupa. É preciso que haja um olhar individual de cada marca, que nela esteja sua alma, nacional ou não mas que acima de tudo é produzida no Brasil.
- Entender e definir a que público o produto está sendo dirigido.
- A importância do pensar no universo particular de quem produz a moda.
- Pecado do mundo da moda no Brasil hoje: não ter referência cultural por trás do produto do nosso tempo.
- O abismo existente entre o artesanal/o saber-fazer e a indústria da moda.
- Necessária a democratização da moda, parcerias de marcas com as lojas Fast Fashion, por exemplo.
- Elementos com os quais ele trabalha para a construção de tendências e que são suas bases no processo criativo: o que as pessoas vestem, o Design de produtos, o Design de Interiores e a Arquitetura.
- Vive-se hoje a Sociedade da consciência: o que o produto traz para a transformação do olhar.
- A busca pela humanização dos processos de pesquisa e construção da moda.
- Tudo pode ser transformado em tema (desse item eu sou muito entusiasta, concordo to-tal).
Postei um vídeo de Tudo é Risco de Giz, que considero uma de suas mais emblemáticas e bonitas coleções das que tenho conhecimento. O vídeo é muito tocante, o tema é maravilhoso (o tempo) e os modelos: o máximo! Tirem suas próprias conclusões:

 

Ah-risquemos! De giz, canetinha, aquarela, lápis, o que for. Vou lá fazer um risco também.