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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eu gritaria de contentamento


Sem gritos, tudo na mais discreta (mas ferrenha) disputa de lances, o quadro "O Grito", de Edvard Munch (1863-1944), foi leiloado nessa quarta (02) em Nova York, tornando-se a pintura mais cara da história a ser vendida em leilão: US$ 119,9 milhões.Aliás, dinheiro esse que se eu tivesse (sim, nos meus sonhos mais distantes ou na septuagésima encarnação de vida) destinaria sem pestanejar à aquisição dessa belezooura de obra. Acredito ser umas das mais perfeitas (em algumas vezes concluo que a mais perfeita das que conheço) tradução em pintura da angústia humana.


A imagem fala por si só, toda ela e não somente a expressão do personagem em destaque: linhas sinuosas desassossegantes, uma sequência de retas (também pertubadoras aqui), cores quentes x frias, e as duas pessoas lá atrás calmamente caminhando tendo à frente simplesmente O grito. E esse grito me parece mudo, nunca consegui sonorizar esse quadro, pra mim ele é um berro abafado, contido, dividido só com "espectador" da cena. Ou seja, o grito que não saiu mas é tão presente e por isso mesmo o mais alto de todos.

2 comentários:

  1. Adorei tua resenha hoje, amiga! Cada vez melhor, D. Elisa, a escritora :p Mas óh, pode ficar com o quadro viu, respeito mas num gosto dessa coisa de angústia! Hheheeh, a boba-feliz!

    Bjux!

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  2. Gracias pelos elogios, amiga! Mas sobre o quadro, na verdade ele é mesmo per-tu-ba-dor, isso é que acho incrível nele. Não é gostoso de ver nem o tipo de pintura que se colocaria na sala de estar em que se recebe amigos e família para almoços, hehe, mas é justamente nisso que, acho, mora a beleza dele. Muito mais uma beleza de provocações do que estética, algo assim.
    bjãozão!

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