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sábado, 5 de novembro de 2011

Boca nos olhos


Não é a toa que sabiamente os japoneses aplicam e muito bem o dito de que se come primeiro/também com os olhos. 
E alguém duvida? Eu não. Tanto que pretensamente e sem medir os riscos que um possível ferir à milenar cozinha japonesa pudesse incorrer (!) me meti a fazer esse protótipo de sushi by Elisa.
Sinestesias à parte, não adianta: o visual quase sempre acaba nos pegando em algum e importante grau. Ao menos num primeiro momento.
Quer vender algo? Preocupe-se TAMBÉM com o aspecto, com a estética. Saber aliar os outros sentidos humanos ao olhar é, claro, fundamental, afinal eles quase sempre trabalham muito bem juntos, a fórmula é adequar as proporções de acordo com cada alvo - ainda que o ser humano seja o mais adaptável dos seres: se tiver que se desligar da visão, aguçará o tato, ou paladar, ou olfato, e assim sucessivamente conforme cada sentido ausente. Ou seja, nos viramos bem sem a visão, mas que ela é uma maravilha no COMBO de benefícios que a vida nos proporciona para a percepção do mundo isso é. Sou fã do visual, tenho dito.
E isso de "boca nos olhos" frequentemente me remete ao vitrinismo, especialmente ao trecho do livro Vitrina: construção de encenações, de Sylvia Demetresco: "O quadrado-vitrine tem, então, um sabor que é degustado com os olhos (...) quase como se os olhos fossem lamber os vidros para sentir e, desse modo, conhecer seu interior".
Ah, só pra constar: o "sushi" ficou bonito + gostoso. Opiniões alheias : )

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